Diferença entre Surdocegueira e Deficiência Múltipla
O texto aborda a temática Surdocegueira e Deficiência Múltipla, descrevendo a definição, necessidades básicas, estratégias contribuindo para o processo inclusivo.
A diferença está na intervenção da comunicação para tomar conhecimento do meio em que está inserido. O surdocego necessita está em contato com o seu mediador, já a pessoa com deficiência Múltipla necessita do apoio de um dos canais mais distante. Desenvolver as habilidades em um aluno surdocego ou com deficiência Múltipla é um processo bastante complexo que requer estratégias, recursos adequados a cada um, dado que cada pessoa é um único ser.
Surdocegueira, é uma deficiência em que a pessoa tem perda auditiva e da visão e que a combinação das duas deficiências causa dificuldades na conquista de habilidades educacionais, vocacionais lazer e social. É uma deficiência única que apresenta características peculiares levando a quem possui a ter formas específicas de comunicação. Também é subdividida em quatro categorias: pessoas que eram cegos e se tornaram surdas; pessoas que eram surdas e se tornaram cegas; pessoas que se tornaram surdocegas e pessoas que nasceram ou adquiriram surdocegueira precocemente e não tiveram oportunidades de desenvolver a linguagem, habilidades comunicativas ou cognitivas nem a base conceitual sobre a qual possam construir uma compreensão do mundo.
A surdocegueira pode ser:
Congênita, quando nasce com esta única deficiência, uma das causas é a rubéola adquirida no período da gravidez.
Adquirida,quando a pessoa nasce ouvinte, vidente, surda ou cega e adquiriu por diferentes fatores.
Dependendo da idade em que a surdocegeuira estabeleceu pode ser classificada como Surdocegos Pré-Linguísticos ou Surdocegos Pós-linguísticos.
As pessoas com surdocegueira demonstram dificuldades em observar, compreender e imitar o comportamento de familiares e de outras pessoas que tenham contato, devido a perdas visuais e auditivas que possuem.
Deficiência Múltipla, é o conjunto de duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social. No entanto, não é o somatório dessas alterações que caracterizam a múltipla deficiência, mas sim o nível de desenvolvimento, as possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e de aprendizagem que determinam as necessidades educacionais dessas pessoas. (MEC – 2006).
As pessoas com Deficiência Múltipla sensorial apresentam particularidades próprias.
“Considera-se uma criança com deficiência múltipla sensorial aquela que apresenta deficiência visual ou auditiva, associada a outras condições de comportamento e comprometimentos, sejam elas na área física, intelectual ou emocional, e dificuldades de aprendizagem.” (MEC/SEESP/2006).
Além dos canais de visão e audição serem afetados, outros também são comprometidos como: os sistemas tátil (toque), vestibular (equilíbrio), proprioceptivo (posição corporal), olfativo (aromas e odores) ou gustativo (sabor).
As pessoas com Deficiência Múltiplas fazem parte de um grupo com características específicas, peculiares e necessidades únicas. É importante que se dê atenção a dois aspectos, a comunicação e o posicionamento.
Necessidades Básicas das pessoas com Surdocegueira e Deficiência Múltipla:
É de extrema importância favorecer o desenvolvimento do esquema corporal da pessoa com surdocegueira e deficiência múltipla;
As que não apresentam graves problemas motores precisam aprender a usar as mãos;
Disponibilizar recursos para favorecer a aquisição da linguagem estruturada no registro simbólico, tanto verbal quanto em outros registros, como o gestual e
Constantes interações com o meio ambiente.
Apresentam também necessidades físicas, médicas, emocionais e educativas.
Estratégias utilizadas para a aquisição da comunicação:
Algumas estratégias de intervenção são importantes para o estabelecimento da comunicação como:
Técnica de mão sobre mão: a mão do professor é colocada em cima da mão do aluno, de forma a orientar o seu movimento, o professor tem controle da situação, mão sob mão: a mão do professor é colocada em baixo da mão do aluno de modo a orientar o seu movimento, mas não a controla, convida a pessoa com deficiência a explorar com segurança;
Favorecer a comunicação expressiva e receptiva;
Incentivo e ensino da visão e audição residual, assim como outros sentidos remanescentes, provendo-as de informações sensoriais necessárias que suscitem sua curiosidade;
É necessária uma pessoa para mediar e trazer informações de maneira integral e coerente;
O ambiente deve ser planejado e organizado adequadamente para inserção da pessoa com surdocegueira, favorecendo a interação com objetos e pessoas;
Uso do calendário, objetos de referência e caixa de antecipação e
Uso com o sistemas alfabéticos:Alfabeto Datilológico, Alfabeto de Escrita Manual, Placas Alfabéticas, Meios Técnicos com saída em Braille Língua de sinais e Tadoma.
È necessário priorizar o interesse, tomar conhecimento das reais necessidades da pessoa, respeitar o tempo de resposta, determinar qualidades para o ensino, interagir com outros grupos e fomentar a comunicação.
Referências
Bosco, Ismênia Carolina Mota Gomes.A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar : surdocegueira e deficiência múltipla / Ismênia Carolina Mota Gomes Bosco, Sandra Regina Stanziani Higino Mesquita, Shirley Rodrigues Maia. - Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial ; [Fortaleza]: Universidade Federal do Ceará, 2010.
Ikonomidis, Vula Maria. Apostila sobre Deficiência Múltipla Sensorial.
Serpa, Ximena. Apostila sobre comunicação para pessoas com surdocegueira.
